Editorial
Nosso encontro
Irmãos/ãs, Paz e Bem! Olha nós aqui de novo. Sabemos que vocês estavam com saudades, porque nós estávamos com muitas saudades de vocês. Um novo ano se iniciou, pessoas novas chegaram, outras saíram para formar novas fraternidades, e assim continuamos a nossa caminhada, levando até vocês o nosso informativo. Que legal!?!Queremos tornar presente, que nos dias de 01 a 04 de fevereiro de 2006 aconteceu o nosso 5º Encontro dos Pós-Noviços da Vice-Província do Brasil Oeste. O mesmo realizou-se na comunidade São João Batista, interior da paróquia de Pimenta Bueno – RO. Participaram do encontro 12 Pós-Noviços, faltando apenas um que não pode estar presente. E nos visitaram Fr. João dos Anjos e Fr.Severino. Este encontro foi marcado pela partilha da nossa caminhada do ano anterior, que se deu em quatro pontos da nossa vida, sendo eles: A nossa Vida Espiritual, Fraterna, Pastoral e Formativa.
O encontro foi vivido num clima orante, celebrativo junto com momentos de lazer, futebol com a participação da comunidade, bênçãos as famílias e principalmente com a alegria de estarmos juntos. As trocas de experiências foram marcantes e profundas para o revigoramento do carisma franciscano capuchinho em nossas vidas. Ao final escolhemos os novos frades que estarão coordenando durante este ano os nossos encontros, são eles: Frei Darlan Dal’Maso, Frei Luciano de Souza Santos e Frei Kellycio Medeiros Pereira e também os novos que assumiram o informativo, Fr.Ricardo e Darlan. Saímos com a certeza de como é bom nos encontrarmos para celebrar, partilhar e pensar a nossa caminhada e nossa vida. Isso nos torna cada vez mais próximos e nos faz mais irmãos.
Franciscanismo
São Francisco
Falar de São Francisco será sempre emocionante. Seu exemplo nos convida à mudança. Suas histórias são comoventes, ele é o espelho da nossa vida religiosa franciscana capuchinha. A sua vida foi se projetando sobre os homens de todo o mundo, inquietando grandes e pequenos, sábios e ignorantes, pobres e ricos. Se perguntarmos o segredo de Francisco, descobriremos que Ele levou a serio o Evangelho, ou seja, pôs em prática as palavras de Cristo. No meio de uma era complicada, cheia de preconceitos, hierarquias, rótulos e diferenças sociais, Francisco revela a originalidade das coisas simples, a transparência e a luminosidade da vida evangélica e o sentido verdadeiro da existência. São Francisco viveu assim, obedecendo a Deus, confiando Nele, amando-o. Soube olhar para além dos sentidos corporais, descobrindo as riquezas de Deus. Elas lhe chamam a atenção de tal forma que deixa tudo para ir em busca dessas riquezas e ensinar aos outros a fazer o mesmo. A sua vida é mais encantadora do que todas as lendas que florescem em torno dele. Seu exemplo pode acordar o Francisco adormecido em cada um de nós, levando-nos à vida uma nova experiência espiritual que nos faça vibrar de coragem e de felicidade.
Frei J. Francisco
Filosofando
Luz que brilha sem brilho
Toda luz tem brilho que não se é notado, por isso ela brilha sem brilho. Todas as vezes que vejo uma luz a brilhar nunca pergunto de onde ela veio ou de onde vem, só sei que ela está a brilhar para poder servir ao dia e espantar a escuridão. Desse modo, a luz brilha sem brilhar. Pergunto-me se esta luz brilha para mim e para os demais. Não seria ela só para mim? Se assim fosse, a luz teria brilho apenas para mim e não teria brilho para outras pessoas. Seria luz que brilha sem brilho, porque o brilho da luz que penetra nos meus olhos não conseguiria chegar a brilhar no mundo de minha vida. Na verdade não sei quem é a luz, se ela é um brilho ou se é uma luz que brilha a me enganar. Em todo caso, dia após dia, há uma luz e uma escuridão que os sentidos nos relatam serem verdade. Movido pela razão dos sentidos, a luz é um brilho que me faz a creditar que há um ser divino. Mesmo sem saber de onde a luz veio ou vem, Deus continua a ser minha luz.
Frei Deodete Nunes
História da Vocação
“Quando eu era formado em segredo tecido na terra mais profunda, teus olhos viam minhas ações eram todas escritas no teu livro. Os meus dias já estavam todos calculados antes mesmo que chegasse ao primeiro” (SALMO 139).
Partindo do principio de que é Deus quem nos forma e nos chama à vida, vocação é a resposta que damos a este chamado de Deus. Eu nasci e me criei numa comunidade do interior de Tangará de Serra – MT, chamada São Joaquim do Boche. Comunidade esta onde dei os meus primeiros passos na vida Cristã, recebendo os sacramentos iniciais. Nessa mesma comunidade fui catequista e membro de grupo de jovens, participava também das celebrações dominicais. Desde muito cedo sonhava em ser padre. Enquanto meus colegas queriam ser jogadores de futebol, advogados, médicos, bombeiros, eu queria ser padre. Com o tempo comecei a trabalhar, a namorar, mas não me sentia realizado. Até que um dia, em um encontro vocacional, tomei a decisão de fazer uma experiência com os Freis Capuchinhos. Depois de ser acompanhado por algum tempo, ingressei no seminário Santa Terezinha, em Tangará da Serra- MT, no dia 19 de setembro de 2001. Lá, eu fiz o aspirantado, pré-postulantado, e o postulantado. Fui para Cuiabá fazer o noviciado, mas depois de vinte dias, desisti, por motivos familiares (separação dos meus pais). Voltei para casa com a intenção de fazer companhia a minha mãe, mas depois de um tempo percebi que necessitava retornar, foi quando pedi que me aceitassem outra vez na comunidade dos freis capuchinhos. Uns brincam dizendo que voltei para não trabalhar, pois quando saí do noviciado, fui trabalhar de saqueiro numa plantação de soja em Sapezal – MT. Outros dizem que pude ver mesmo qual seria minha vocação na poeira e no Sol que ardia o dia inteiro nas minhas costas. Dizem que, como Moisés, encontrei meu destino na sarça (sol) ardente. Mas o certo é que iniciei tudo de novo, desde o aspirantado até a fase que estou hoje no pós-noviciado. A minha caminhada vocacional nunca foi fácil. Contudo, todos os dias eu agradeço e ponho a minha vida nas mãos de Deus, que me criou e me formou, e que me chamou à vocação religiosa.
Frei Luciano
Teologando
Meus caros irmãos, irmãs e confrades, paz e bem! Mas um ano se iniciou, e junto com ele os nossos estudos. Neste, eu estou caminhando no 4º ano de teologia. O que aqui partilho com vocês é um pouquinho do que estou trabalhando para a minha monografia, que vai ser sobre espiritualidade.
Ao falarmos de espiritualidade uma primeira coisa a constarmos é que neste campo, o corpo e a sensibilidade receberam uma conotação muito escassa. A espiritualidade necessita do homem em toda a dimensão de sua condição encarnada: o corpo, os sentidos, as paixões, suas pulsações, com todo o mundo que constitui o objeto dessa atividade. Seu valor vem de sua pertença ao ser do homem, de sua função primordial na vida humana.
Convém ainda recordar que o principal valor vem da graça de Deus, da encarnação e da redenção que atinge em cheio a condição física do homem.
Outra coisa que constatamos é que a espiritualidade incorporou há tempos o fator psicológico e não foi capaz de incorporar o fator sociológico. É difícil vermos as condições sociológicas e a comunidade aparecer como sujeito da nossa espiritualidade. Aí nos cabe a perguntar; por quê? A resposta parece ser simples, é que muitos de nós esperamos da espiritualidade que ela elimine as circunstâncias externas que provocam a crise, o medo, o conflito, ... ou, ao menos, que nos diga quando isso vai terminar. Esse é o tipo de solução que a espiritualidade não sabe nem pode dar. Pelo contrário, na maiorias das vezes ela nos leva para o conflito. Senão, como entenderíamos o fato de Jesus ter ido para Jerusalém, cidade em que pisou raríssimas vezes, no exato momento em que era mais procurado?
A espiritualidade não deve se contentar em prover o remédio por meio da paciência, do sentimento e das atitudes cegas. A primeira coisa que faz é ajudar-nos na compreensão e na autenticidade da fé. Por isso ela é fundamental em nossas vidas. Paz e Bem!
Frei Hélio Aparecido
Humor
No paraíso:
- Senhor, que são para vós mil anos?
- Um minuto.
- E cem mil reais?
- Um centavo.
- Senhor, dai-me um centavo!
- Pois não! Espere um minuto!
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O vigário
O novo vigário percorria a vizinhança para se familiarizar com seus paroquianos e de uma das casas onde bateu, uma voz feminina perguntou:
- É você, meu anjo?
O vigário hesitou um momento, mas acabou respondendo:
- Não, mas sou do mesmo departamento!
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Multa valoriza o carro!
Policial: - Vou lhe dar uma multa e tirar pontos da sua carteira, pois você dirigia a mais de 80 Km.
Motorista: - Escreva que eu ia a 140 Km. Preciso vender esta
carroça velha!
Mensagem
E OS PÓS-NOVIÇOS CRESCIAM EM GRAÇA....
Um novo ano letivo abre suas portas e descortina novos horizontes. Palpitam em nosso coração sentimentos de esperança e de um certo temor. Da apreensão face ao novo emergem as mais diferentes interrogações. O que importa é pôr-se a caminho. A caminhada, por sua vez, contém riscos, mas também muitas oportunidades de crescimento. Na dialética dos passos e dos acontecimentos, acontecem a libertação e a consolidação dos ideais de vida. Para quem “põe seus cuidados no Senhor”, a caminhada em meio às crises e desafios do desenvolvimento, não é de tragédia, mas de libertação. Para quem vive animado pela sabedoria da fé e da esperança até o espinho pode se transformar em flor e a terra ressequida em várzea fértil. Onde o desafio é grande, maior será a inspiração do Espírito em vista de um novo horizonte de vida e de esperança.
Nossas Constituições Capuchinhas definem o Pós-noviciado como “um período em que os frades, seguindo um crescente amadurecimento, preparam-se para assumir pela profissão perpétua a opção definitiva por nossa vida evangélica”(Const 3, 1). Sua finalidade é o desenvolvimento em vista do amadurecimento da opção pela vida religiosa. “O crescimento da pessoa faz-se no sentido de tornar-se adulto para conviver e doar-se aos outros”. O ponto de partida não é o “eu”, mas o “nós”. Amadurecido é quem, de fato, é um “ser-para-os-outros.” Isto é, capaz de relações fraternas. O tempo de desenvolvimento e amadurecimento é extremamente dialético, feito de solidão e de criatividade, assumindo responsabilidades e tarefas. Quem se põe a caminho, não pode parar ou acomodar-se ao seu pequeno mundo. A pessoa realiza-se somente quando se doa. A morada do ser é o amor solidário.
O Pós-noviço é uma pessoa que se põe a caminho. Um vocacionado à autonomia efetiva e à capacidade de responsabilidade. Tendo presente o texto Evangelho de Lucas 2,51-52, o pós-noviciado é um tempo de amadurecimento para a missão. Nesse tempo, o Pós-noviço, como Jesus, em casa, “deve viver a não eliminável lei do crescimento que é a ambivalência para chegar a entre confiar e procuram consolidar a vocação capuchinha como serviço à vida na paz e no bem. O Pós-noviciado é uma oportunidade de crescimento em sabedoria, estatura e graça. O Pós-noviciado é um kairós!.
Frei Faustino Paludo
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