sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A parábola dos javalis

Sexta feira, 03 de setembro de 2010Vivemos num mundo de muita insegurança.O lamentável em tudo isso que a pessoa humana continua coloca medo nos seus irmãos e irmãs. Mesmo que busquemos relativa segurança em cercas elétricas, vigias, cães, alarmes,... necessitamos encontrar em Deus a proteção absoluta. Repasso esta parábola, que recebi, sem identificação do escritor.

“Torno a falar-lhes por parábolas: diz que, com o perdão do trocadilho, o bicho pegou na floresta. Os macacos apareceram apavorados dizendo que uma manada de javalis estava a caminho. O desespero se espalhou rapidamente, os perus do mato fizeram um barulhão, as pernas dos veados batiam umas nas outras, até a onça passou a roer as unhas nervosamente. Todos sabiam o poder destruidor de uma manada de javalis.

Imediatamente cada animal buscou o lugar onde costumava passar mais tempo: o coelho se enfiou na toca, o macaco subiu o máximo que pôde na árvore, a onça procurou a caverna.

Um tatu, contudo, sentiu-se iluminado quando já ia entrando no seu buraco. Pensou: “javali não voa, javali não sobe em árvore nem pula. Ele vai destruir tudo o que está no rés do chão, onde eu fico. O negócio é subir numa árvore. Claro que o tatu não tinha muito costume na coisa e não conseguiu subir na árvore sendo atropelado pela manada de javalis selvagens.

A história termina e, como toda história de bichos que falam e pensam, tem uma moral: na hora do perigo, a primeira reação é correr para onde temos nos sentido seguros. A árvore sempre esteve ali e o tatu deveria ter praticado escalada antevendo dias de perigo (vá lá, dê um desconto para a minha ilustração). Até ali o seu buraco lhe parecia ótimo, é ou não é?

A moral da moral é: aonde você tem passado seu tempo? Aonde você tem se sentido seguro? Você vai correr para os braços de Deus (que é Quem resolve as coisas) quando o perigo aparecer se você estiver afeito a eles, se estiver acostumado a aninhar sua cabeça no Seu peito, ouvir Sua voz, conversar com Ele. Se você não estimular essa familiaridade com a proximidade de Jesus, quando precisar recorrer a Ele o seu passado de negligência vai interferir, vai te dar a impressão de “agora é tarde”, “fui longe demais”, ou então você vai ficar com um pé atrás, pensando: “será que esse ‘negócio’ funciona mesmo?” Essa desconfiança é fatal, porque não permite que nos ponhamos em sintonia com o Céu. Um Pai louco para dar boas coisas a Seus filhos, e eles desconfiando, titubeando... Ora, por isso é que a Bíblia diz: “é imprescindível que aquele que se achega a Deus creia que Ele existe e premia a quem O busca” (Hb. 11,6). Como crer na hora da maior necessidade se antes você não vivenciou o “prêmio” nas coisas minúsculas?

Eu hoje escrevo para quem não enfrenta um grande problema. Se está assim a tua vida, pense que é hora de aprender a subir em árvores, porque a tempestade vem para todos, mais dia, menos dia, e não manda avisos.

Se, contudo, é um daqueles dias cinzas, e já dá pra sentir a respiração e ouvir o tropel dos implacáveis javalis, é hora de aprender a subir em árvores, mesmo contra a lógica. Outros fizeram isso antes de você e embora boa parte tenha fracassado, alguns se despiram de seus preconceitos e acreditaram que Jesus Cristo é mesmo o Deus de braços abertos, prontos a receber Seus filhos pródigos, mesmo que eles a Ele vão AGORA. Esses venceram e por entre o rugir de javalis, tiveram paz”.



*FREI ALCEU BONIATTI – frade capuchinho

e-mail:alceub@hotmail.com 


http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=376474

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