O sacerdote belga José Comblin, um dos mais importantes representantes da Teologia da Libertação e que chegou a ser expulso do Chile e do Brasil por suas ideias, morreu neste domingo (27/03/11), aos 88 anos, na Bahia por causas naturais, informaram fontes eclesiásticas. Comblin, um estudioso da Igreja da América Latina e autor de obras como Teologia da Libertação e Ideologia da Segurança Nacional, morreu na cidade de Simões Filho, onde lecionava um curso na comunidade de base.
O sacerdote, que tinha problemas cardíacos e usava marca-passo, foi encontrado morto no quarto no qual estava hospedado por outros religiosos que o esperavam para a oração matinal e que estranharam sua demora.
Ele nasceu no dia 22 de março de 1923, na Bélgica. Desde 1958 trabalhava no Brasil, especialmente em Pernambuco, na Paraíba e na Bahia.Ele veio para o Brasil em 1958, atendendo a apelo do papa Pio XII, que no documento Fidei donum (O Dom da Fé) pedia missionários voluntários para regiões com falta de sacerdotes.
Depois de trabalhar em Campinas e, em seguida, passar uma temporada no Chile, foi para Pernambuco, em 1964, quando d. Helder Câmara foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife. Perseguido pelo regime militar, foi detido e deportado, em 1972, ao desembarcar no aeroporto de volta de uma viagem à Europa.
José Comblin participou do primeiro grupo da Teologia da Libertação. Esteve na raiz das equipes de formação de seminaristas no campo em Pernambuco e na Paraíba (1969), do seminário rural de Talca, no Chile (1978) e, depois, na Paraíba, em Serra Redonda (1981). Estas iniciativas deram origem à chamada Teologia da enxada.
Além disso, esteve na origem da criação dos Missionários do Campo (1981), das Missionárias do Meio Popular (1986), dos Missionários formados em Juazeiro da Bahia (1989), na Paraíba (1994) e em Tocantins (1997).
É autor de inúmeros livros, dentre eles A ideologia da segurança nacional: o poder militar na América Latina (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978).
Nenhum comentário:
Postar um comentário