segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Liberdade no movimento franciscano em seu momento fundacional

Parabéns ao nosso confrade da Vice- Província São Francisco de Assis do Mato Grosso e Rondônia pelo esforço realizado durante esses quatro anos de estudos teológicos na apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso da Teologia. Esperamos que esta reflexão contribua para o trabalho pastoral realizado na Igreja da Amazônia. Que São Francisco e o movimento franciscano nos ajude a viver esta reflexão trabalhada pelo nosso confrade Darlan Dal Maso. Partilhamos aqui a notícia secretariada pelo nosso irmao Gabriel Francisco Cavalli, da fraternidade São José Operário de Canoas - RS.
Participando da banca avaliadora Prof Dr. Frei Aldir Crocoli, sendo o seu orientador e o 1° leitor e o Prof Me. Adelino Pilonetto sendo o 2° leitor. No presente trabalho “foi aprofundado o tema da Liberdade no Movimento Franciscano em seu momento fundacional: Francisco e os dois companheiros no encontro com o Evangelho”.

O referido, “pretende analisar como Francisco e os dois primeiros companheiros viveram a liberdade iluminados pelo Evangelho. Sendo que o Movimento franciscano em seu momento fundacional marcou na história uma forma de vida que ainda hoje atrai muitas pessoas pelo seu ideal e testemunho. Francisco, Bernardo e Pedro, no desejo de seguir a Jesus Cristo, encontraram no Evangelho os três versículos (Mt 19,21; Mt 16,24; Lc 9,3) que serviram como base para serem pessoas livres. Isso foi possível, pois tiveram a confiança em Deus, se despojaram de seus bens e passaram a viver em fraternidade.
Vivenciando esses passos, o movimento inicial franciscano encontrou a liberdade. Após 800 anos de história, esta forma de vida questiona a realidade e oferece alguns horizontes que desafiam as pessoas na atual configuração da sociedade. Com o exemplo de São Francisco de Assis e de seus primeiros companheiros todas as pessoas são desafiadas a viver a liberdade como filhos e filhas de Deus”.
Fonte de Informaçao:
Postado por: Hélio Meireles Gonçalves





quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Vocação: Chamado Divino e Resposta Humana

Estamos iniciando o mês dedicado as mais variadas vocações, que são uma riqueza dentro da Igreja. Todos os anos, a Igreja, durante o mês de agosto, incentiva os batizados a refletir sobre o sentido da vida a luz da dimensão vocacional. Cada pessoa batizada deve viver bem o seu chamado, mas contribuir para que as demais pessoas tenham condições de responder ao chamamento divino para ser gente e para seguir Jesus de Nazaré. Em cada domingo, celebraremos com muita fé, esperança e amor o chamado e resposta das vocações específicas: Ministérios Ordenados (diáconos, sacerdotes e bispos), Semana Nacional da Família – Matrimônio, Vida Consagrada (freis, Irmãs e Irmãos) e os Ministérios Leigos (catequistas). O Senhor chama a muitos, mas nem sempre a resposta é clara, persistente e perseverante. Roguemos por meio da oração para que o “Senhor da Messe” continue despertando nos jovens e nos adolescentes de nossas famílias santas vocações.
Vocação vem do latim “vocare” que significa chamar. Alguém chama e alguém é chamado. Há uma relação profunda entre aquele que vocaciona, chama e aquele que é vocacionado ou chamado. Muitos, pensando na profissão, dizem não ter vocação para isso ou aquilo. Outros pensam que somente os padres e religiosos é que tem vocação. Quem vocaciona dá a vocação e alimenta a chama do vocacionado. A vocação, sem a qual nenhuma outra nos enriqueceria, é o chamado a existência, ou seja, a vida. A vida humana, segundo a Palavra de Deus, é dom sagrado, precioso e sublime do amor de Deus. Somos chamados a vida: a sua, a minha, as nossas vidas são dons de Deus, nós as recebemos da gratuidade de seu amor. Mas vida dada, vida recebida, o que fazer com a vida? Só temos uma vida e precisamos cuidar bem dela. É necessário canalizá-la, a partir da nossa liberdade, iluminada pela fé e em diálogo com a Mãe Igreja, discernirmos a vontade de Deus por meio da vocação, carisma e missão.
Vocação é um desígnio pessoal do amor de Deus para cada pessoa. Quando Deus nos chamou a vida, no seu coração de Pai e de Mãe, Ele já guardava desde toda eternidade um estado de vida, uma graça para enriquecer a pessoa e enviá-la à missão. Na Igreja é o apelo de Deus que chama uma pessoa para uma missão ou serviço. Chamado este que é feito através de pessoas, situações. O chamado de Deus é sempre um desafio: ao sermos chamados à vida, nos comprometemos a cumprir determinada missão para que todos possam ter vida; aos sermos chamados à fé, pelo batismo, nos comprometemos a seguir as pegadas de Nosso Senhor Jesus Cristo como irmãos mediante um carisma específico; ao sermos chamados a qualquer estado de vida: sacerdotal, religiosa, matrimonial e leiga, assumimos um compromisso específico com a comunidade humana de ajuda-la a encontrar o segredo da santidade. Quando um teólogo alemão completou bodas de vida sacerdotal, perguntaram-lhe qual o segredo da felicidade, ao que ele respondeu sabiamente: “Se você quer ser feliz por um dia, vá pescar; se quer ser feliz por toda a vida, faça tudo com intensidade a cada minuto de sua vida”.
Portanto, vocação tem muito a ver com a intensidade e paixão no fazer e a consequente felicidade. Vocação é convite pessoal que Deus dirige a cada um. Cada ser humano tem algo de pessoal, e uma maneira pessoal de realizá-lo. Daí a necessidade de permanecer atento a tudo, para perceber sua própria vocação. Se vocação é sem medo, dizer sempre sim. É gritar que o amor não tem fim sendo fiel na sua missão. É deixar tudo, tudo e partir. É tomar sua cruz e seguir na paz infinita do Cristo Jesus. Porque temos medo da convocação de Jesus de Nazaré: “Vem e segue-me”? Porque nos sentimos inseguros diante do chamado de Deus, da eleição por Jesus e do envio do Espírito Santo? Como a experiência do Deus Trino nos revela nossa vocação, carisma e missão num mundo marcado pelo consumismo e pela alienação? Porque insistimos em sermos donos da vocação? Nós não somos donos da vocação, pois a iniciativa é sempre de Deus. No entanto, a resposta do ser humano, sobretudo, os jovens e adolescentes que estão discernindo sua vocação, carisma e missão, é livre. Deus não abriga ninguém a assumir o ministério ordenado, assim como não impõe ninguém a ser pai ou mãe de família.  O que não podemos fazer é ficar a vida toda com objeções ao convite de Deus: “Ide vós para minha vinha” (Mt 20,4).
Deus bate constantemente na barca de nossa existência, ora agitada pelas dificuldades, ora em calmaria. Ninguém de nós pode dar a vocação para uma pessoa. O que nós podemos fazer é suscitar vocações que generosamente se disponibilizam no seguimento de Jesus de Nazaré como resposta ao chamado de Deus e ao anseio de realização humana, descobrindo o sentido da vida.
Postado por: Fr. Hélio Meireles Gonçalves