O lema da Campanha da Fraternidade 2011, estimula-nos a repensar nossa postura de vida no referente à vida no planeta. O ser humano, precisa aprender a contemplar a Criação como seio maternal de Deus. A soberania de Deus na Criação implica colaboração do ser humano na administração do planeta. Em Paulo, a temática da Criação, é um pressuposto teológico fundamental para compreensão de seu pensamento escatológico, soteriológico e ético. A fé na Criação faz da Igreja uma “Pastora da Criação”. A solidariedade da Igreja no sofrimento da Criação nos permite entender que a responsabilidade do cuidado é responsabilidade da humanidade.
O projeto do Criador para com o ser humano precisa ser entendido sob o prisma do cuidado para com a Criação, pois o cuidado não é criar dependência, mas o respeito pela identidade das criaturas, como peculiar maneira de ser e de existir. O cuidado é a essência do ser humano em que se exercem atitudes de amor e de amizade. Inclui uma dimensão ontológica. Por isso, cabem as esferas da sociedade civil, principalmente as Igrejas Cristãs, mobilizar todos os recursos disponíveis para provocar uma mudança nas atitudes e mentalidades das pessoas.
Os gemidos da Criação são múltiplos. Com efeito, o texto-base da Campanha da Fraternidade 2011: Fraternidade e vida no planeta propõe “contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas, e motivá-las a participar dos debates e ações que visam enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta”.
Para atingir este objetivo, são propostos quatro objetivos específicos: a) Viabilizar meios para a formação da consciência ambiental em relação ao problema do aquecimento global e identificar responsabilidades e implicações éticas; b) Promover a discussão sobre os problemas ambientais com foco no aquecimento global; c) Mostrar a gravidade e a urgência dos problemas ambientais provocados pelo aquecimento global e articular a realidade local e regional com o contexto nacional e planetário e d) Trocar experiências e propor caminhos para a superação dos problemas ambientais relacionados ao aquecimento global. Somam-se, junto com estes objetivos específicos, três estratégias: a) Mobilizar pessoas, comunidades, Igrejas, religiões e sociedade para assumirem o protagonismo na construção de alternativas para a superação dos problemas socioambientais decorrentes do aquecimento global; b) Propor atitudes, comportamentos e práticas fundamentados em valores que tenham a vida como referência no relacionamento com o meio ambiente; c) Denunciar situações e apontar responsabilidades no que diz respeito aos problemas ambientais decorrentes do aquecimento global.
Portanto, como diz a “Oração da Campanha da Fraternidade 2011: Fraternidade e a vida no planeta”, “que nesta quaresma nos convertamos e vejamos que a Criação geme em dores de parto, para que o vosso amor possa renascer segundo o vosso plano de amor, por meio da nossa mudança de mentalidade e de atitudes”, ou seja, que “possamos celebrar na Páscoa do vosso Filho, nosso Senhor, o ressurgimento do vosso projeto para todo o mundo”.
Postado por: Hélio Meireles Gonçalves