terça-feira, 29 de junho de 2010

II Capítulo Eletivo da Vice-Provincia Brasil Oeste


No dia 28 de Junho de 2010 teve inicio o Segundo Capítulo Eletivo da Vice-Província São Fracisco de Assis, Brasil-Oeste, com a chegada dos frades de Mato Grosso e Rondonia.

Dia 29, as 7h30min com a presença do Ministro Provincial Frei Alvaro Morés (presidente do Capítulo), Frei José Gislon (Definidor Geral), Frei Faustino Paludo (atual Vice-Provincial) e todos os confrades professos da Vice-Provincia, bem como dois pós-noviços convidades, teve inicio oficial o Capítulo Eletivo.

O Capitulo teve inico com a celebração de Abertura, presidida por Frei Faustino Paludo. Logo em seguida foi feita a instalação do Capítulo por Frei Alvaro Morés e os trabalhos foram iniciados. Depois de feita a chamada dos capitulares, foram apresentados os Serviços a serem desevolvidos durante o Capítulo bem como os Frades responsáveis. Após votação foram escolhidos os Moderadores e Escrutinadores. Em seguida foi aprovado o cronograma do Capítulo.
Frei Gislon tomou a palavra e apresentou a realidade da Ordem a nivel mundial. Logo em seguida Frei Faustino iniciou a apresentação do Relatório das atividades do trienio. Os trabalhos da parte da manhã foram encerrados as 11h30min.

No período da tarde, após breve oração e chamada dos capitulares, foi lida uma mensagem enviada pela Provincia Sagrado Coração de Jesus (Fr. Moacir Molon) aos frades em capitulo. Dando continuidade a apresentação das atividades do trienio, os Freis Laudino Pelicer e Manoel Baldissera apresentaram o que está sendo feito nas propriedades da ABCM em Pimenta Bueno e Comodoro e os investimentos que foram feitos.

Em seguida, o contador da Vice-Provincia apresentou a situação economica e contábil da mesma, esclarecendo algumas dúvidas dos frades e dando orientações de como proceder neste sentido. Após algumas considerações finais os trabalhos do dia foram encerrados. Frei Gislon presidiu a celebração Eucarística do primeiro dia de Capítulo que fechou o dia com chave de ouro.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Vice Província São Francisco de Assis terá Capítulo eletivo



O Ministro Provincial Frei Álvaro presidirá o Capítulo nos dias 28 de junho a 2 de julho em Cuiabá MT

Na próxima semana, entre os dias 28 de junho e 2 de julho, em Cuiabá – MT, será celebrado o Capítulo Eletivo da Vice Província São Francisco de Assis.

O capítulo será presidido pelo ministro provincial, frei Álvaro Morés. Também estará presente o Definidor Geral para o Brasil, frei José Gilson. Além da avaliação da caminhada dos últimos três anos, o capítulo servirá para traçar os rumos e projetos para os próximos três anos e eleger o governo vice-provincial.

A vice-província São Francisco de Assis, Mato Grosso e Rondônia, é formada por 36 frades de votos perpétuos, oito frades de votos temporários, dois noviços, quatro postulantes, cinco pré-postulantes e 10 aspirantes. Os frades da vice-província atendem 11 paróquias: sete no Mato grosso e quatro em Rondônia.

fonte do site: http://www.capuchinhosrs.org.br/index.php?ir=Noticias&action=ler&id_noticia=24898

sexta-feira, 18 de junho de 2010

preparação do capítulo eletivo da Vice Província Brasil Oeste

Segundo o frei Kellycio Medeiros:
Houve uma reunião da Comissão Pré-Capitular em que eu participei nos dias 07 e 08 de junho em Cuiabá. E lá discutimos a organização do Capítulo.
Bem, o Capítulo será nos dias 28,29,30 de junho, continuando nos dias 01 e 02 de julho. Discutimos nesta reunião os anteprojetos: Vida em fraternidade; Espiritualidade; Formação; Animação Vocacional; Guia Pedagógico; Vida Apostólica e Missionária e; Dimensão Econômica - autossustento da VP.
Querido confrade, discutimos o andamento e regimento para o Capítulo e organizamos as cédulas para votação, inclusive, enviamos pra cada confrade aqui na VP uma cédula pra prévia.

Muito Obrigado frei Kellycio e estamos em rezando pela boa preparação e realização do Capítulo eletivo da Vice-Província Brasil Oeste.

Os freis Capuchinhos da República Dominica e Haiti: Já tem seu novo vice Provincial

Os freis Capuchinhos da República Dominica e Haiti: Já tem seu novo vice Provincial

O frei Jorge Jimenez é o novo Vice Provincial da República Dominicana e Haiti


Os freis capuchinhos da República Dominicana e Haiti escolhem seu novo Superior para os próximos três anos e seus definidores. O XVI capítulo Vice Provincial tinha como Presidente da assembléia o Gaúcho Frei Álvaro Morés Provincial da Província do Rio Grande do Sul.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O bispo estudioso e as batalhas dos cristãos

"Luigi Padovese: um grande estudioso, mas também um homem gentil e facilmente acessível, de caráter conciliador, levado a dar crédito ao próximo até arriscando-se a parecer ingênuo."

O depoimento é do jornalista e vaticanista italaino Luigi Accattoli, em artigo publicado no jornal Corriere della Sera, 04-06-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Luigi Padovese: um grande estudioso, mas também um homem gentil e facilmente acessível, de caráter conciliador, levado a dar crédito ao próximo até arriscando-se a parecer ingênuo. Quem conviveu com ele – como Paolo Grasselli, capuchinho como ele e superior dos padres capuchinhos da Emilia Romagna, que se ocupam dos santuários que estão na Turquia – não tem dificuldade de imaginar que ele pode ter "confiado demais" no motorista que o assassinou.

Mas, quando se tratava do destino da pequena minoria cristã da Turquia, o bondoso professor e bispo Padovese se tornava rigoroso e apaixonado. Ouvindo novamente agora a entrevista que ele deu em fevereiro passado para a Rádio do Vaticano, no quarto aniversário do assassinato na Turquia do padre romano Andrea Santoro, ela parece ser uma previsão do "martírio", também para si mesmo: "Quis-se atingir o símbolo que a pessoa representava", e esse seu destino "lembra a todos nós que o seguimento de Cristo pode chegar também à oferta do sangue".

Ele se acalorava tanto na defesa do ingresso da Turquia à União Europeia, quanto em revelar a dificuldade do diálogo "cultural" com o Islã, que buscava com tenacidade. De ambos esses assuntos, tivemos ocasião de conversar em algumas entrevistas por telefone e em uma noite em Istambul, durante a visita de Bento XVI à Turquia, em novembro de 2006.

Milanês, 63 anos, capuchinho e professor de Bíblia e dos Padres da Igreja na Gregoriana e no Antonianum, tornou-se bispo e vigário apostólico de Anatólia em 2004. Ultimamente, era também presidente da Conferência dos Bispos da Turquia: há seis bispos católicos no país.

Dava por óbvio o favor "de todos os cristãos que estão na Turquia" – "talvez 100 mil", a sua estimativa – ao ingresso daquele país na Europa: "Só pode ser vantajoso para nós, para que sejam reconhecidas as nossas estruturas e para que os cristãos daqui possam ter acesso a todas as profissões". "Pense – dizia – que eles ainda hoje não podem ser policiais".

À objeção de que a Turquia na Europa abriria as portas do continente ao islamismo político, ele respondia assim: "É uma ideia ditada pelo medo: a ameaça islâmica vem do mundo árabe, não da Turquia".

Reconhecia com pesar que "os cristãos da Turquia ficaram em poucos e se dispersaram aqui e ali", justamente por causa do contexto "discriminatório" em que se encontram vivendo, mas estava convencido de que poderia haver "um renascimento qualquer, porque justamente aqui estão as raízes do cristianismo: Paulo e Lucas nasceram aqui, boa parte do Novo Testamento foi escrita aqui, ou por comunidades que aqui viviam. Aqui ocorreram os primeiros sete concílios da Igreja não dividida, e aqui tomou forma o Creio que cantamos aos domingos nas igrejas".

"Há 27 anos – disse-me por ocasião da primeira entrevista, em 2004 –, eu me desloco entre a Itália e a Turquia, para estudar, como historiador, aquelas raízes cristãs que eu lhe dizia. Organizei encontros internacionais sobre os apóstolos Pedro, Paulo e João em Éfeso, em Tarso e em Antioquia. Nesses anos, vi uma grande mudança e verdadeiramente experimentei o crescimento de um clima cultural sempre mais europeu". Dizia-se "amigo e apaixonado pela Turquia". Quanto ao Islã, considerava "impossível" um "diálogo em nível teológico", mas possível e até necessário "um esforço comum por um maior respeito, fruto de um esclarecimento e conhecimento recíprocos".

Apesar de todas as dificuldades, havia se mantido confiante na previsão de uma melhoria da situação dos cristãos e, exatamente uma semana atrás, havia acolhido com "grande festa" a notícia de que as autoridades turcas havia retirado a obrigação de pagar o ingresso para os peregrinos que queriam rezar na igreja de São Paulo em Tarso. Esperava poder conseguir que aquele edifício – que agora é um museu – fosse "confiado estavelmente aos cristãos".

Dom Canisio Klaus foi transferido para Santa Cruz do Sul/RS


A Santa Sé anunciou na manhã de 19/05/10 a nomeação do novo bispo de Santa Cruz do Sul, RS. O novo bispo é Canisio Klaus, até agora bispo de Diamantino, MT.

Canísio Klaus, gaúcho, nascido em Arroio do Meio, trabalhou no Mato Grosso, como bispo, desde 1998. Antes, durante mais de dez anos, atuou como pároco na diocese de Sinop, diocese-irmã de Santa Cruz do Sul.

O novo bispo substitui D. Sinésio Bohn. D. Sinésio se destacou como ativo participante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, onde, por longos anos, foi o responsável pelo trabalho pastoral junto aos jovens.

O tempo que dom Casinio esteve a frente da diocese de Diamantino, nostrou uma presença e diálogo amistoso e fraterno com os capuchinhos e com os vocacionados capuchinhos de sua diocese sempre os animou. Desejamos que Deus o ilumine nesta nova missão.

sábado, 5 de junho de 2010

Francisco e a opção de servir os últimos. Artigo de Luigi Padovese, bispo capuchinho, assassinado


"Quem, como Francisco, tirou as consequências do significado da encarnação de Cristo, ou seja, do seu fazer-se servo, sabe que o critério de valor das pessoas independe da sua pertença social e provém da incomensurável importância de cada um diante de Deus."

Publicamos aqui o artigo do ex-vigário apostólico da Turquia, Luigi Padovese, assassinado a facadas na quinta-feira passada, 03 de junho, no jardim de sua residência em Iskenderun, uma localidade da província sulina de Hatay. Ele também era presidente da Conferência dos Bispos da Turquia e presidente do Instituto de Espiritualidade Pontifício Ateneu Antonianum.

Luigi Padovese era frei capuchinho.

O artigo foi publicado no jornal L'Unità, 19-12-2002. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Paulo de Tarso resume a vida terrena de Jesus, desde o nascimento até a morte na cruz, em duas expressões humanamente paradoxais: "esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo" (Filipenses 2,7) e "tornou-se pobre por vossa causa, para com a sua pobreza vos enriquecer" (2 Coríntios 8,9).

Não entremos no mérito dos pressupostos teológicos a partir dos quais ele se move, mas certamente ele entendeu a experiência humana de Jesus nos termos de uma solidariedade manifestada na livre partilha com quem é servo e está em situação de pobreza.

Essa partilha aflora também nos Evangelhos. A um leitor atento dos textos sagrados como Francisco de Assis, esse aspecto pareceu ser de tal forma predominante que inspirou um novo gênero de vida, manifestado pela sua escolha e a dos seus companheiros de se chamarem "irmãos menores e servos". Essa qualificação, antes de se tornar uma sigla de identidade, foi uma experiência amadurecida em contato com os leprosos e com os mendigos. Junto deles, o santo de Assis entendeu o sentido exato de tornar-se servo e pobre por parte de Cristo. Da "em-patia" que entende, nasceu assim a "sim-patia" que une.

O que tornou Francisco e os seus companheiros "irmãos menores" de todos os homens não foi, por isso, a partilha de um mesmo credo ou a pertença a um grupo particular, mas sim a universalidade do sofrimento que compreende a todos e que se torna universalidade de compaixão. Na escolha de se colocar abaixo dos outros, Francisco, além disso, colocou em questão os equilíbrios da sociedade nas suas dimensões de grupo interno e de grupo externo, de cima e de baixo.

Essa atitude é refletida no ato do despojamento diante do bispo, que marca a passagem de uma relação parental com relação a uma universal, expressada com a substituição do "pai meu, Pedro de Bernardone" pelo "Pai nosso que estais no céu". São assim anuladas as distinções produzidas pela classe, pelo censo. Quem é sem pai e desvinculado do particularismo clânico torna-se livre com relação à pressão da sociedade que estabelece distinções como nós/eles, dentro/fora, superior/inferior, nobres/plebeus.

Ao próprio universo familiar, incapaz de realizar uma efetiva solidariedade, Francisco substituiu uma fraternidade eletiva universal que o liga a todo homem, ou melhor, a toda criatura, vista como irmã e irmão. Essas considerações nos permitem entender porque, na escolha de "minoridade" como renúncia ao status social anterior, ele combinou logicamente a vida em fraternidade. Os dois termos são inseparáveis e se remetem reciprocamente, já que o amor reconhece o valor que está no outro e se traduz em termos de serviço.

Certamente, na experiência do santo de Assis, há elementos que não podem ser propostos por causa do contexto histórico-cultural que mudou, porém, não há dúvida de que a sua intuição mantém sinais de verdade válidos também para hoje. Para exemplificar o seu conceito de "minoridade", como o delineamos, ele propõe novamente o compromisso de sensibilização e de proteção para com os grupos hoje socialmente frágeis. O difundido bem-estar produzido na chamada "sociedade de consumo" ajudou a esvaziar aquela que, no passado, foi a luta de classes, originada a partir da ideia de que a riqueza capitalista era dinheiro sujo de sangue e fruto do abuso de poder.

Hoje, aqueles que vivem em uma situação de pequena ou média burguesia não alimentam mais o ressentimento para com os ricos. Ao invés, alimentam contra aqueles que estão pior: os pobres, as minorias raciais, os imigrantes. Justamente porque estes não recorrem aos bens sobre os quais as "pessoas de bem" constroem sua própria vida, de de-privados como são, tendem a ser considerados depravados. É a brutalização da pobreza que às vezes se torna realmente brutal, mas por uma prévia falta de justiça.

A minoridade solidária com os pequenos, com os pobres e os excluídos de Francisco se coloca contra esse cruel princípio de seleção ou contra a lei do mais forte que nega aos outros o direito à sobrevivência. Ela é compaixão, ou seja, atenção ao sofrimento dos outros, que leva à partilha e que exige justiça e implicitamente denuncia a injustiça. Ser "menores" indica, por isso, a vontade de reagir à indiferença e à dessolidarização das nossas sociedades que ignoram os pobres, os intocáveis de hoje, ou que os marginaliza em "guetos de desespero" (L.M. Friedman), porque não são visíveis, exatamente como ocorria com os leprosos confinados do lado de fora das cidades de Assis.

A sua invisibilidade, de fato, não faz com que cresçam problemas de consciência, não gera perturbação, e nem aquela empatia que está na base da solidariedade. Os próprios meios de comunicação nos mantêm assepticamente protegidos das tragédias do nosso tempo, como, por exemplo, a das 40.000 crianças que diariamente morrem de fome ou por causas relacionadas à desnutrição. Os números não nos impressionam tanto quanto a miséria experimentada pessoalmente.

Se a sociedade ocidental não conhece o sistema de castas, conhece no entanto um sistema de enquadramento e de avaliação das pessoas, e hoje é o mercado que estabelece a diferenciação pessoal: há aqueles que produzem e consomem, depois os consumidores imperfeitos, e por fim a grande massa de pobres, inúteis como produtores, vãos como consumidores e, portanto, totalmente supérfluos, senão até mesmo nocivos, como parasitas que vivem nas costas daqueles que se inseriram no ciclo produtivo e pagam as taxas!

Em si mesma, a pobreza econômica não é uma tragédia, se as pessoas pertencem a uma sociedade com um forte senso de solidariedade. De fato, porém, o capitalismo industrial levou à desintegração social. Não se pode acreditar, por isso, que a reconstrução irá se produzir com uma distribuição mais justa da riqueza e por meio do crescimento econômico que, como vemos, não produz, mas sufoca os empregos por meio de projetos de racionalização dirigidas a reduzir a mão-de-obra com a consequência de aumentar o número dos desempregados, isto é, dos novos pobres. Mais desesperados do que os outros, porque anteriormente participavam do bem-estar do qual agora são inesperadamente excluídos.

A resolução dos problemas sociais não está ligada, enfim, apenas à distribuição justa das riquezas, mas também ao crescimento da solidariedade, que se obtém adquirindo uma noção comunitária e não individualista da dignidade da pessoa humana. Quem, como Francisco, tirou as consequências do significado da encarnação de Cristo, ou seja, do seu fazer-se servo, sabe que o critério de valor das pessoas independe da sua pertença social e provém da incomensurável importância de cada um diante de Deus.

Disso, surge o empenho de solidariedade e de atenção pelos mais fracos, mas também a obrigação de desmascarar as efêmeras seguranças da sociedade consumista. Quem pode esclarecer, de fato, que o progresso não está no desenvolvimento tecnológico ou no crescimento e na difusão dos bens de consumo senão aquele que escolheu ser solidário com os últimos e se mantém no limite do sistema, para não perder a força de uma crítica construtiva que serve a todos, especialmente aos que são vítimas inconscientes desse sistema?

Em uma sociedade que gera sonhos mas não os satisfaz, ou que cria frustração social e raiva porque venera o sucesso pessoal e tem o culto da celebridade, à qual depois permite que poucos tenham acesso, quem é capaz de demitizar esses pseudo-valores senão quem escolheu estar fora da disputa?

Apenas quem fez essa escolha pode neutralizar a vacuidade da cultura contemporânea ajudando aqueles milhões de "sem-teto" (em sentido metafórico), quase privados de raízes, ou seja, de referências na vida para encontrar uma casa, isto é, um sentido. Tempos trás, a teologia da libertação insistia nos pobres da América Latina. Hoje, há formas mais sutis, mais escondidas e mais generalizadas de opressão que requerem uma reflexão mais atenta.

Se, para muitos, a oferta comercial de ter bens de consumo é apresentada como uma maior oferta de liberdade, expressada pela satisfação imediata de necessidades, a tarefa de quem quer servir os outros está em ajudá-los a se libertar desse costume da gratificação instantânea. Se podemos falar da atualidade da proposta de Francisco, acredito que se deva procurá-la no seu ser, ao mesmo tempo sinal e denúncia de uma mentalidade que produz e se alimenta de ilusões, mas que, no fim, deixa um sabor amargo na boca.

A tradição vetero-testamentária e depois cristã ensina que a redenção vem dos pobres. São eles que nos despertam da ilusão de um mundo unido e mais justo. O caminho traçado pelo santo de Assis em querer ser "menor e servo" parte daqui: da consideração por quem nasceu sem teto, ele escolheu anunciar a sua mensagem de libertação aos pobres, libertando até Deus das malhas dos interesses humanos, e morreu em um madeiro como um escravo malfeitor qualquer.